O Profissão Repórter de 4 de fevereiro trouxe um retrato da vida de brasileiras que trabalham como motogirls em Londres. Uma delas é Natasha Mendes, que, além de atuar no setor de entregas, compartilha seu cotidiano nas redes sociais, criando uma rede de apoio para outras mulheres que enfrentam a mesma profissão na cidade. Natasha fundou um grupo com mais de 500 participantes, no qual as motogirls trocam experiências e dicas sobre o trabalho. A falta de mulheres nesse ramo motivou muitas outras a buscarem orientação com ela.
O trabalho de motogirl envolve grandes desafios físicos e financeiros, como revela a história de Sheyla Martins, que deixou Goiás para tentar uma vida melhor em Londres. Com o objetivo de sustentar seus filhos no Brasil, Sheyla enfrenta longas jornadas de trabalho, que chegam a 14 horas diárias, e lida com condições adversas, como o clima frio e a falta de tempo para refeições. Apesar de receber uma quantia modesta por entrega, os custos com combustível e seguro de moto consomem boa parte de sua renda. Ela também enfrenta o desafio de conciliar a saudade dos filhos, que ficaram no Brasil enquanto ela buscava uma oportunidade de melhorar sua situação financeira.
Além dos desafios profissionais, Sheyla compartilha uma luta pessoal. Ao longo dos anos, enfrentou dificuldades para financiar o tratamento de sua filha, diagnosticada com TDAH e dislexia. Após quase três anos sem ver os filhos, ela conseguiu juntar dinheiro para reencontrar seu filho em dezembro de 2024, momento que marcou um alívio emocional após um longo período de separação. O retrato dessas histórias destaca a resiliência e a determinação de mulheres imigrantes que buscam melhores condições de vida em Londres, enfrentando as adversidades do trabalho e da distância de seus familiares.