Durante uma audiência em novembro de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, advertiu o tenente-coronel Mauro Cid sobre possíveis omissões em sua delação premiada. Moraes alertou que, caso Cid não revelasse toda a verdade sobre a trama golpista e o monitoramento ilegal de autoridades, o acordo de colaboração poderia ser revogado. O ministro também destacou que a falta de cooperação poderia resultar na prisão de Cid e em consequências para sua família, incluindo a investigação de parentes próximos.
A Polícia Federal apontou contradições nos depoimentos de Cid, e Moraes deixou claro que a delação não deveria ser usada de forma seletiva para proteger aliados e incriminar apenas alguns. Durante a audiência, o ministro enfatizou que o colaborador não tinha o poder de decidir quem seria processado, sendo esse um papel do Ministério Público e do STF. A divulgação de relatórios detalhados da investigação pela PF reforçou a pressão sobre Cid para que ele fornecesse informações completas e precisas.
Após o ultimato de Moraes, Cid revisou sua versão dos acontecimentos e incluiu novos detalhes sobre a participação de figuras políticas e militares em um suposto plano de golpe. A nova versão fortaleceu as acusações contra essas figuras, mantendo o acordo de delação e tornando o depoimento de Cid essencial para as investigações. O relato passou a ser uma peça-chave na acusação, envolvendo novos elementos sobre a tentativa de desestabilizar a transição de governo.