O presidente dos Estados Unidos reconheceu uma questão raramente discutida: a política monetária é, de fato, política. A grande questão é como torná-la democrática. Embora as eleições, a educação e serviços públicos como o sistema de saúde sejam frequentemente destacados como pilares da democracia, as taxas de juros, que podem parecer um tema técnico e distante, têm um impacto profundo sobre a vida política e econômica de um país.
As taxas de juros influenciam praticamente todos os aspectos da economia, desde a compra de casas até o crescimento de empresas e o desenvolvimento de novas tecnologias. Além disso, elas afetam diretamente as regiões e comunidades que prosperam ou enfrentam dificuldades. Durante as décadas de 1990, a independência dos bancos centrais foi considerada um marco de estabilidade econômica, mas crises financeiras subsequentes, como a crise de 2008 e a pandemia, revelaram que a política monetária é muito mais politizada do que se acreditava.
Embora os pacotes de resgates e medidas excepcionais adotadas em tempos de crise tenham sido inicialmente vistos como soluções temporárias, eles talvez tenham evidenciado uma realidade mais ampla: a política monetária não é tão neutra quanto alguns defendem. A maneira como essa política é conduzida e quem está no controle do sistema monetário são questões políticas essenciais para o funcionamento de uma democracia.