Pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, criaram uma molécula chamada LaKe capaz de imitar os benefícios do exercício físico e do jejum no corpo humano. O estudo, que foi realizado com sucesso em camundongos, mostrou que a molécula pode induzir um estado metabólico similar ao de correr 10 quilômetros em jejum. A pesquisa, publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry, sugere que o aumento dos níveis de lactatos e cetonas, substâncias associadas aos efeitos benéficos do exercício, pode ser alcançado sem os efeitos colaterais indesejáveis, como o ácido e sal que surgem ao consumir essas substâncias diretamente.
A molécula LaKe mostrou-se eficaz ao elevar de maneira controlada e segura os níveis de lactatos e cetonas, resultando no aumento de um hormônio peptídico que promove a saciedade. Esses efeitos podem ser vantajosos para pessoas com dificuldades em manter uma rotina rigorosa de exercícios ou dieta, incluindo aquelas com limitações físicas. A substância está agora avançando para ensaios clínicos em humanos, com a expectativa de que, se confirmada sua segurança e eficácia, ela possa ser usada como um suplemento nutricional, oferecendo uma alternativa prática e acessível para promover benefícios metabólicos.
A pesquisa não é a única a explorar moléculas que imitam os efeitos do exercício físico. Em 2023, cientistas das Universidades de Washington e da Flórida testaram outra substância, o SLU-PP-332, que atua sobre proteínas responsáveis por ativar vias metabólicas em músculos e coração. Nos testes com camundongos obesos, essa molécula também resultou em perda de peso e redução de gordura, sem a necessidade de mudanças na dieta ou prática de exercícios, e sem efeitos colaterais graves.