A moda circular, que promove a reutilização e o consumo consciente de roupas, tem ganhado cada vez mais relevância, principalmente no Alto Tietê, onde a economia local se beneficia de brechós e microempreendedores individuais (MEIs). De acordo com um levantamento do Sebrae-SP, a região conta com pelo menos 237 MEIs atuando no comércio de produtos usados, um aumento de 41,9% desde 2019. Essa tendência reflete uma mudança no comportamento de consumo, impulsionada pela pandemia e pela busca por alternativas sustentáveis, com a geração Z liderando o movimento.
Beatriz Faria de Oliveira Alves, fundadora de um brechó em Mogi das Cruzes, é um exemplo de empreendedorismo que surge desse novo cenário. Desde a criação de sua loja em 2020, ela tem notado a adesão crescente ao consumo de peças de segunda mão, especialmente entre jovens que buscam autenticidade e responsabilidade ambiental. A influente prática de vender roupas usadas reflete não só a valorização do meio ambiente, mas também o incentivo à rotatividade de peças nos armários, prática essencial para garantir a sustentabilidade da moda circular.
Além do comércio de roupas, outras iniciativas sustentáveis também ganham destaque, como a reciclagem de retalhos de tecido em Suzano, transformados em materiais para indústrias automotiva e moveleira. Essas práticas ajudam a reduzir o impacto ambiental da indústria têxtil, que é responsável por ocupar aterros sanitários com resíduos que demoram anos para se decompor. Assim, a moda circular se configura como um movimento abrangente que alia consumo consciente e preservação ambiental, com benefícios tanto econômicos quanto ecológicos.