Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino e Cristiano Zanin responderam aos pedidos de impedimento apresentados pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento da denúncia relacionada à tentativa de golpe após as eleições de 2022. Dino afirmou que não há razões para sua exclusão do caso, destacando que já votou a favor de teses defendidas por Bolsonaro em outros julgamentos sem que sua imparcialidade fosse questionada. Ele também argumentou que sua atuação como ministro da Justiça se restringiu à supervisão administrativa da Polícia Federal, sem interferência nas investigações.
A defesa de Bolsonaro protocolou o pedido alegando que Dino, quando ministro, apresentou uma queixa-crime contra o ex-presidente, e que Zanin, antes de ingressar no STF, atuou como advogado da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. Em resposta, ambos os ministros negaram qualquer impedimento, e Dino classificou a solicitação como juridicamente infundada. A decisão final sobre o caso caberá ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
O julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outros 33 acusados será conduzido pela 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Dino, Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Se a maioria aceitar a denúncia, os investigados se tornarão réus e responderão a uma ação penal na Corte. A data do julgamento ainda não foi definida, mas há expectativa de que ocorra no primeiro semestre de 2025.