O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ministros que recebem salários adicionais por sua participação em conselhos fiscais de empresas públicas do Sistema S. O pagamento desses honorários, conhecidos como jetons, não é totalmente transparente, já que algumas entidades não divulgam os valores pagos aos conselheiros, conforme estipulado pela Lei de Acesso à Informação. Ministros como Alexandre Padilha, Luiz Marinho, Marcio Macêdo e Camilo Santana têm sido beneficiados por esses pagamentos extras, com valores que somaram R$ 257 mil e R$ 129 mil em 2024, respectivamente. No entanto, a divulgação completa dos valores pagos é limitada, e os ministros e as instituições não se manifestaram sobre o assunto.
Além do Sistema S, outras empresas públicas, como a Itaipu Binacional, também pagam jetons a seus conselheiros, incluindo ministros como Fernando Haddad, Rui Costa, Esther Dweck e Alexandre Silveira, mas a remuneração não é detalhada publicamente. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceram que ministros podem acumular funções de conselheiros em empresas públicas, o que não implica em violação ao teto salarial do serviço público. A decisão gerou debates sobre a transparência e a equidade dessa prática.
A prática de remunerar com jetons não se limita ao governo federal. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas também adota a concessão de remunerações extras para aliados políticos, incluindo membros de seu secretariado, com valores que chegam a R$ 2,3 milhões mensais. Além disso, servidores no estado de São Paulo acumulam remunerações por participações em múltiplos conselhos, com exemplos como o secretário de Segurança Pública, que recebe por sua presença em dois conselhos.