O ministro da Defesa, José Múcio, falou sobre os eventos de 8 de janeiro, ressaltando que não havia liderança ou figuras armadas durante os atos contra os Três Poderes. Múcio afirmou que a ausência de uma pessoa à frente do movimento e a falta de organização contribuíram para o caos que se seguiu. Segundo ele, os responsáveis pelo episódio não se apresentaram, e o evento teve características de uma combinação sem liderança clara. O ministro também afirmou que o período após os atos foi o mais difícil de sua gestão, com diferentes setores políticos desconfiados da postura dos militares.
Múcio abordou ainda a questão da anistia para os envolvidos nos atos, destacando que essa decisão deve ser tomada pelo Congresso Nacional. Para ele, é necessário um julgamento justo, levando em conta as responsabilidades individuais, desde aqueles que participaram ativamente até quem financiou o movimento. A ideia, segundo Múcio, é garantir que os culpados, se comprovada a intenção de golpe, sejam responsabilizados de acordo com sua participação, sem que pessoas que cometeram infrações menores sejam tratadas da mesma forma.
O ministro também se expressou sobre as investigações, enfatizando o desejo de que elas cheguem ao fim para que se possa descobrir a verdadeira natureza dos acontecimentos. Múcio sugeriu que, caso não se prove a intenção de golpe, os atos podem ter sido resultado de uma ação desorganizada e promovida por indivíduos irresponsáveis. Ele defendeu que é preciso aguardar as investigações para evitar conjecturas e tomar decisões fundamentadas.