O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez duras críticas à postura ambientalista da França, acusando o país de ser “irresponsável” ao adotar um discurso que, segundo ele, ignora a realidade de países produtores de petróleo como o Brasil. Silveira destacou que a França, apesar de não possuir petróleo, é dona da quarta maior petroleira do mundo e explora recursos no Brasil. Para o ministro, é essencial que o Brasil, enquanto grande produtor de petróleo, aproveite suas riquezas para gerar empregos, renda e investimentos em áreas essenciais como saúde e educação.
O ministro também se posicionou contra críticas recebidas de uma jornalista do Le Monde, que questionava a aproximação do Brasil com a Opep+ (Organização dos Países Produtores Exportadores de Petróleo e Aliados), especialmente em um momento próximo à COP30. Silveira defendeu que o Brasil tem se esforçado mais do que a França para promover energias renováveis, citando iniciativas como o “Combustível do Futuro”, a mistura obrigatória de biodiesel e a regulamentação da captura e estocagem de carbono. Ele questionou a contradição apontada pela jornalista, argumentando que o Brasil, ao aderir à Opep+, está apenas se posicionando de forma estratégica no cenário geopolítico global.
Em sua fala, o ministro afirmou se considerar mais ambientalista do que a França e criticou a transição energética do país europeu, que, segundo ele, ocorre “às custas da sociedade brasileira”. Silveira argumentou que o Brasil tem um papel fundamental na questão energética global, e que sua participação em fóruns como a Opep+ visa fortalecer sua posição no debate sobre a transição energética, considerando as particularidades de seu contexto geopolítico e econômico.