O ministro da Defesa, José Múcio, confirmou em entrevista que alguns de seus familiares participaram dos protestos antidemocráticos em frente aos quartéis-generais, mas enfatizou que essa situação já passou. Múcio, que se considera um homem de centro, defendeu a necessidade de colaborar com o governo para que ele funcione bem, criticando a polarização política. Quanto ao episódio de 8 de janeiro de 2023, o ministro inicialmente afirmou que foi um golpe impedido pelas Forças Armadas, mas depois recuou ao afirmar que as investigações esclareceriam o que de fato aconteceu.
Durante a conversa, Múcio também abordou a questão das Forças Armadas, refutando a ideia de que estivessem envolvidas na invasão e depredação dos edifícios dos Três Poderes, apesar de 25 militares estarem entre os indiciados pela Polícia Federal. Ele se referiu à situação como um momento delicado, onde tanto a direita quanto a esquerda estavam descontentes com a postura dos militares, e reiterou que, sem a atuação das Forças Armadas, o golpe poderia ter sido bem sucedido.
Além disso, o ministro comentou sobre as investigações em curso e a necessidade de equilíbrio nas penas aplicadas aos envolvidos nas depredações do 8 de janeiro. Múcio sugeriu que uma abordagem equilibrada poderia contribuir para a pacificação do país, destacando a importância de olhar para o futuro e corrigir erros do passado, sem perpetuar divisões. Ele concluiu defendendo que as Forças Armadas e a Defesa têm interesse na divulgação das investigações e na punição dos responsáveis pelos eventos.