O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (14) que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro teve amplo acesso às provas do inquérito que investiga uma suposta tentativa de impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Moraes destacou que, apesar de um pedido da defesa para acessar a íntegra dos materiais coletados, incluindo espelhamento de dispositivos apreendidos, o acesso já garantido à defesa dos envolvidos é suficiente para assegurar a paridade de armas.
A decisão do ministro confirma que os advogados de Bolsonaro tiveram acesso a todos os elementos da investigação desde antes da retirada do sigilo, sendo esse direito mantido até o final das apurações. A defesa, representada por Celso Vilardi, defendeu a importância do acesso completo às provas para garantir a ampla defesa, um princípio fundamental no processo judicial.
Em relação ao andamento do caso, em novembro de 2024, o ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As investigações, conduzidas no âmbito do inquérito do golpe, apontaram a existência de uma tentativa de desestabilização política. A Procuradoria-Geral da República deve apresentar uma denúncia formal ao STF nos próximos dias, o que poderá levar Bolsonaro a ser formalmente acusado e processado criminalmente.