O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para excluir os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento relacionado ao inquérito do golpe. A defesa do ex-presidente alegou que ambos os ministros deveriam ser considerados suspeitos devido a notícias-crime movidas contra Bolsonaro antes de assumirem seus cargos no STF. No entanto, Barroso afirmou que as alegações não se enquadram nas situações previstas pela legislação para o impedimento de magistrados.
O pedido de suspeição visava alterar a composição da Primeira Turma do STF, o que poderia reduzir o quórum para julgar a denúncia. Caso isso ocorresse, a votação poderia ser transferida para o plenário da Corte, como desejado pela defesa de Bolsonaro. O ministro Zanin, antes de ser nomeado ao STF, havia assinado uma notícia-crime contra o ex-presidente. No entanto, ele se declarou impedido de julgar um recurso relacionado à sua inelegibilidade, alegando semelhança com outro processo, mas defendeu sua isenção no caso do inquérito do golpe.
Por sua vez, Flávio Dino, que também foi mencionado em uma queixa-crime movida contra ele, afirmou que não há impedimentos para sua atuação no julgamento. Ele destacou que o processo será conduzido com base nas regras estabelecidas pela legislação e com respeito à ampla defesa. O ministro ressaltou ainda que o Supremo é composto por membros indicados por diferentes presidentes, o que reforça a imparcialidade das decisões do tribunal.