O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, autorizou uma operação que investiga supostos desvios de emendas parlamentares. A operação, realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (13), incluiu 11 mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal. A investigação se baseia em mensagens extraídas do celular de um lobista, que mantinha contato com um assessor de um parlamentar. Nessas conversas, o assessor sugeria o envio de emendas para beneficiar uma unidade hospitalar em troca do pagamento de propina.
A investigação revelou um esquema em que era prevista uma comissão de 6% sobre o valor das emendas para os envolvidos. Em uma das mensagens interceptadas, o lobista discutia a continuidade da parceria no futuro, mencionando valores desviados e ajustando o montante de propina. A Procuradoria-Geral da República destacou que duas emendas, de valores específicos, foram emitidas antes do início das tratativas entre o lobista e o assessor, afastando qualquer vínculo direto com o parlamentar mencionado na investigação.
Apesar de não haver, até o momento, acusações formais contra o parlamentar, a decisão do ministro Flávio Dino se baseou em mais de 100 páginas de transcrições de conversas do WhatsApp. A nota fiscal de R$ 100,2 mil mencionada na decisão está relacionada ao processo de captação das emendas. A Polícia Federal segue investigando o caso, sem ainda apresentar conclusões definitivas sobre a responsabilidade dos envolvidos.