O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a investigação sobre o suposto golpe de Estado é distinta de outros casos julgados pela Corte, como o Mensalão e a Lava Jato, devido à gravidade dos fatos narrados. Segundo Mendes, a Polícia Federal realizou um trabalho exemplar, reunindo provas substanciais, como áudios e mensagens, que ajudam a reconstruir os acontecimentos. Ele destacou que a delação de um dos investigados está bem fundamentada, com base em fatos e evidências consistentes.
O ministro também se posicionou contra os pedidos das defesas dos acusados que tentam excluir determinados ministros do julgamento, como os de Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Para ele, as cobranças feitas a um dos depoentes para que esclarecesse divergências entre suas falas e as provas são legais e dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação. Mendes enfatizou que é fundamental garantir ampla defesa a todos os investigados, mas que as evidências precisam ser cuidadosamente analisadas.
Ao comparar os fatos atuais com o Mensalão, Mendes destacou a diferença na gravidade das acusações. Ele mencionou que, enquanto o Mensalão envolvia questões relacionadas à compra de votos e à democracia, o caso em questão trata de ações muito mais extremas, como a tentativa de assassinato de altos oficiais do governo e uma intervenção no Estado. Para o ministro, esse caso possui uma singularidade que exige uma análise cuidadosa e profunda, dada a magnitude dos fatos apresentados até o momento.