Uma investigação do Ministério Público revelou um esquema envolvendo cursos online que, embora prometessem centenas de horas de aula, podiam ser concluídos em minutos. As escolas responsáveis por esses cursos, Escon e Fajon, emitiam certificados fraudulentos, usados por funcionários públicos para obter vantagens como aumentos salariais. A investigação teve início após uma suspeita levantada em Perolândia, Goiás, onde servidores municipais apresentaram certificados de cursos online para justificar progressões em suas carreiras. Entre 2020 e 2023, estima-se que o esquema tenha gerado mais de R$ 17 milhões, com parte dos recursos sendo lavada através de uma fábrica de papéis.
Quatro pessoas foram presas em São Lourenço, Minas Gerais, acusadas de organizar a fraude, que envolvia tanto a venda de diplomas falsos quanto de carteirinhas de estudante. As autoridades encontraram evidências de que os cursos eram apenas um disfarce para a emissão de documentos sem qualquer conteúdo formativo real. O promotor responsável destacou que os certificados e carteirinhas apreendidos não representavam cursos reais e não tinham validade legal. A investigação segue com o intuito de identificar todos os envolvidos e assegurar que as vítimas da fraude sejam corretamente assistidas.
Em resposta à crise, a Secretaria de Educação de Minas Gerais e o Ministério da Educação recomendaram que os cidadãos e as prefeituras consultem os canais oficiais para verificar a validade dos cursos antes de considerá-los para fins de progressão ou contratação. A prefeita de Perolândia, por sua vez, anunciou a suspensão do pagamento das gratificações relacionadas aos cursos fraudulentos, enquanto a defesa dos acusados argumenta que as escolas não cometeram crime, responsabilizando os servidores municipais que reconheceram esses cursos como válidos para efeito de remuneração.