O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) abriu um inquérito para apurar as condições de trabalho em uma fábrica de fantasias que foi atingida por um incêndio em Ramos, na Zona Norte. De acordo com o MPT-RJ, há indícios de trabalho degradante no local, com relatos de que até adolescentes estariam dormindo na fábrica. O incêndio deixou pelo menos 22 feridos, sendo 12 em estado grave devido a queimaduras nas vias aéreas. Além disso, a fábrica não apresentava condições adequadas de segurança, e a documentação estava irregular, conforme constatado pelo Corpo de Bombeiros.
A Maximus Confecções, empresa atingida pelo fogo, é uma das mais procuradas por escolas de samba, mas agora está sendo investigada pelo MPT-RJ. A empresa terá que apresentar diversos documentos, como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Alvará de Plano de Prevenção e Proteção contra incêndios, além de informar a relação de empregados, suas funções e as condições de saúde dos feridos. As escolas de samba que contrataram a empresa também deverão prestar esclarecimentos sobre as medidas de assistência aos trabalhadores.
O incêndio gerou cenas dramáticas durante o resgate das vítimas, que se encontravam em áreas de difícil acesso devido ao fogo e à fumaça. Alguns trabalhadores foram retirados em situação de risco iminente, minutos antes das chamas atingirem o andar onde estavam. O Corpo de Bombeiros enfrentou dificuldades devido às características do local, com passagens estreitas que dificultaram o uso de caminhões de resgate.