O Ministério da Saúde iniciou a recomendação de suplementação de cálcio para todas as gestantes do Brasil, como medida para prevenir a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia, condições associadas à hipertensão e que são responsáveis por grande parte das mortes maternas e fetais. A suplementação de cálcio, que será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da 12ª semana de gestação até o parto, visa regular a pressão arterial das gestantes e reduzir o risco de complicações, especialmente entre a população negra e indígena, que apresenta índices mais elevados de mortalidade. A dose diária recomendada de 1.000 mg de cálcio elementar já é distribuída nas unidades de saúde, mas a responsabilidade pela aquisição dos comprimidos será dos estados e municípios.
A medida segue uma orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2011, que recomenda a suplementação de cálcio para mulheres gestantes com baixo consumo desse nutriente ou com risco de pré-eclâmpsia. Anteriormente, o Brasil seguia essa recomendação apenas para gestantes com risco detectado, mas a mudança para a prescrição universal visa reduzir as desigualdades de consumo de cálcio, uma vez que pesquisas apontam que tanto adolescentes quanto mulheres adultas no Brasil consomem menos da metade da quantidade recomendada desse nutriente.
Além do cálcio, as gestantes devem manter a suplementação de ácido fólico e ferro, que já são prescritos de forma universal desde 2005. É importante que as gestantes sigam as orientações sobre os horários de ingestão, pois o cálcio e o ferro não devem ser tomados juntos para garantir sua absorção adequada. Gestantes com histórico de hipertensão, diabetes, obesidade ou outras condições de risco devem ter acompanhamento especial e, em alguns casos, podem receber prescrição adicional de ácido acetilsalicílico (AAS) para prevenção de complicações.