Um grupo de 16 pessoas foi denunciado por envolvimento em uma milícia que extorquia comerciantes na região do Brás, em São Paulo. De acordo com investigações do Ministério Público, a quadrilha cobrava de R$ 3.000 a R$ 5.000 para autorizar o comércio em determinadas áreas da Feira da Madrugada, além de exigir pagamentos mensais de até R$ 250. Em casos de inadimplência, os comerciantes eram ameaçados, agredidos e até expulsos do local. A atuação do grupo, que durou pelo menos três anos, também envolvia falsificação de recibos e o uso de nomes de sindicatos e entidades para dar uma falsa aparência de legalidade às cobranças.
Entre os membros da milícia, estavam cinco policiais militares, sendo três da ativa e dois da reserva, além de uma escrivã da Polícia Civil. A investigação, que contou com a colaboração da Corregedoria da PM, revelou o envolvimento de agentes de segurança no esquema criminoso. Em dezembro, após a liberação do segredo de justiça, novos detalhes surgiram, e a Corregedoria da PM registrou filmagens que mostravam os membros do grupo circulando pela feira, fazendo cobranças e controlando a entrada e saída dos comerciantes.
Além das extorsões, o grupo também se envolveu em rivalidades com outras facções na região, tentando expandir seu domínio sobre o espaço da feira. As investigações mostraram ainda que membros da milícia indicavam agiotas a comerciantes em dificuldades financeiras, agravando sua situação. A atuação da milícia e o envolvimento de policiais nas extorsões foram responsáveis pela prisão de vários suspeitos, incluindo membros das forças de segurança, que agora respondem a processos no Tribunal de Justiça Militar.