Nas últimas semanas da campanha eleitoral alemã, o deputado da extrema-direita René Bochmann, do partido Alternative für Deutschland (AfD), observou com surpresa o crescente apoio que sua legenda recebeu após uma mudança de postura por parte do líder conservador Friedrich Merz. Merz, conhecido por sua postura firme em questões de imigração, sinalizou abertamente que estaria aberto a um possível apoio do AfD, quebrando uma convenção que, desde o pós-guerra, evitava qualquer aliança com forças de extrema-direita. Esse posicionamento gerou um intenso debate público, especialmente entre os eleitores mais conservadores.
A questão da imigração se tornou o ponto central da discussão política nas semanas finais da campanha. Em pequenas cidades como Schkeuditz, eleitores procuravam informações sobre as propostas do AfD, muitas vezes centradas em políticas mais rígidas de controle de fronteiras. O partido ganhou relevância ao se posicionar como a alternativa para aqueles que se sentiam insatisfeitos com a atual gestão e suas políticas migratórias mais flexíveis.
Esse cenário acirrado reflete uma mudança significativa no panorama político alemão, onde o tradicional isolamento da extrema-direita começa a ser questionado por líderes do campo conservador. A postura de Merz, ao sinalizar abertura a uma colaboração com o AfD, levanta questões sobre os rumos que a política alemã pode tomar, caso tais alianças se concretizem no futuro.