Os juros futuros de curto prazo abriram a terça-feira (25) próximos da estabilidade, refletindo a divulgação do IPCA-15 de fevereiro, que veio abaixo das expectativas do mercado. O índice registrou alta de 1,23% no mês, ante 0,11% em janeiro, mas ficou abaixo da mediana projetada de 1,37%. A média dos núcleos inflacionários também desacelerou, reforçando um cenário de inflação mais contida. No entanto, a alta do dólar contrabalança o otimismo, enquanto os juros de médio e longo prazo registram leves avanços.
Além dos dados de inflação, investidores monitoram o impacto de novas medidas do governo, que podem gerar pressão fiscal e inflacionária. Entre as ações em destaque, está a edição de uma Medida Provisória (MP) que permitirá o saque do saldo do FGTS retido por trabalhadores no modelo de saque-aniversário. Além disso, o governo planeja enviar ao Congresso, após o Carnaval, um redesenho do projeto de lei do Auxílio Gás, dentro das diretrizes do arcabouço fiscal. Essas medidas ampliam os gastos públicos e geram cautela no mercado.
Diante desse cenário, as taxas futuras de juros apresentam pequenas oscilações. Às 9h10, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 estava em 14,630%, praticamente estável em relação ao ajuste anterior. Já o DI para janeiro de 2027 subia para 14,550%, enquanto o contrato para janeiro de 2029 avançava para 14,430%, refletindo uma leve alta nas taxas mais longas. O mercado segue atento ao impacto das decisões fiscais e monetárias sobre a trajetória dos juros e da inflação.