A imposição de tarifas pelos Estados Unidos afeta o mercado financeiro brasileiro, com o Ibovespa registrando perdas moderadas na manhã de segunda-feira, 3 de fevereiro. O mercado global mostra um cenário de aversão ao risco, com as bolsas asiáticas caindo quase 3%, e o dólar em alta. Embora o impacto direto das tarifas de Trump sobre o Brasil seja limitado por enquanto, o cenário externo ainda gera incertezas, especialmente em relação à inflação global e às tensões comerciais.
No Brasil, os investidores acompanham de perto o novo cenário fiscal com o aumento das previsões para o IPCA e a Selic no boletim Focus. O foco também está na agenda política com a volta do Congresso, que pode intensificar os ruídos políticos, especialmente em relação às reformas fiscais. A expectativa é que o governo avance em pautas importantes, com apoio no Legislativo, o que é visto como um fator positivo pelos analistas. No entanto, a volatilidade internacional pode impactar o desempenho do mercado brasileiro, como ocorreu na última semana, quando o Ibovespa registrou uma alta de 3,01%.
Além disso, analistas destacam que o impacto das tarifas de Trump, principalmente sobre a China, deve ser indireto para o Brasil. A expectativa é que o país asiático possa redirecionar suas importações, mas com um crescimento menor do que em anos anteriores. O efeito nas ações brasileiras é mitigado pela ausência dos mercados chineses, em razão do feriado do Ano Novo Lunar, e pela magnitude das tarifas, que são menores do que as previstas na campanha de Trump. O cenário é de cautela, mas o Brasil não deve ser severamente impactado pelas novas medidas comerciais do governo norte-americano.