As taxas de juros voltaram ao patamar de 15%, refletindo a cautela do mercado diante de incertezas políticas e econômicas. A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais gerou apreensão entre investidores, que temem dificuldades na articulação de pautas fiscais no Congresso. Esse movimento levou a uma inclinação na curva de juros ao longo da semana, com destaque para a alta de 75 pontos-base nos vencimentos mais longos.
A reação do mercado também considera a ausência do Centrão no núcleo estratégico do governo, o que pode comprometer a aprovação de medidas econômicas no médio e longo prazo. A economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, destaca que a nova secretária tem sido crítica à agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que gera dúvidas sobre a condução das reformas fiscais. A Warren Investimentos aponta que essa configuração pode dificultar a implementação de políticas fundamentais para o equilíbrio fiscal.
No cenário externo, a valorização do dólar, que alcançou R$ 5,91, e a queda nos rendimentos dos Treasuries indicam uma maior busca por proteção global. A tensão foi intensificada por declarações dos presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky, que levantaram preocupações sobre o futuro das negociações para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Com o feriado de Carnaval se aproximando, o mercado adota uma postura ainda mais defensiva, precificando um ambiente de maior aversão ao risco.