O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as tarifas comerciais unilaterais impostas pelos Estados Unidos, especialmente sobre o aço e o alumínio, são prejudiciais à economia global. Embora o impacto direto sobre a economia brasileira ainda não tenha sido completamente avaliado, Haddad destacou que o governo está levantando dados para decidir como reagir à sobretaxação de 25%. Ele ressaltou que a desglobalização provocada por medidas como essa afeta negativamente o equilíbrio econômico mundial, mas defendeu uma globalização mais sustentável do ponto de vista social e ambiental.
O governo brasileiro considera a situação dentro do contexto global, observando as reações de outros países como México, Canadá e China. Haddad mencionou que, embora as tarifas não sejam direcionadas exclusivamente ao Brasil, há espaço para negociação com os Estados Unidos, principalmente por meio de fóruns como o G20. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) está coletando informações sobre as consequências dessa medida e apresentará dados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará a decisão final sobre os próximos passos.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou preocupação com o impacto da decisão de Trump, já que o Brasil é um dos maiores exportadores de aço e ferro aos Estados Unidos. A entidade destacou que o Brasil não representa uma ameaça comercial e que a balança comercial entre os dois países é favorável aos EUA. A CNI buscará alternativas para negociar a redução das tarifas e evitar medidas de retaliação, que poderiam prejudicar outros setores produtivos essenciais à economia brasileira.