O Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, suspendeu os atendimentos a novas demandas espontâneas no dia 10 de fevereiro, orientando os pacientes a procurarem outras unidades de saúde. A decisão foi tomada devido à interrupção dos serviços de pediatria, uma vez que a empresa responsável pela área não conseguiu disponibilizar os profissionais necessários. Apesar de a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundach), gestora da unidade, ter restabelecido o serviço às 19h do mesmo dia, a situação gerou dificuldades para pacientes, como no caso de uma mulher com gravidez de risco que não teve a garantia de que seu parto seria realizado no hospital.
A Fundação justificou a suspensão temporária do atendimento devido à insuficiência de pediatras no fim de semana, mas informou que estava tomando medidas para normalizar os serviços. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) afirmou que um repasse de R$ 11,7 milhões foi feito à Fundach, e destacou a reestruturação financeira da rede de saúde municipal como parte do esforço para garantir a continuidade dos atendimentos. No entanto, a situação reflete uma crise estrutural mais ampla enfrentada pela rede pública de saúde da capital, que inclui o fechamento ou reconfiguração de maternidades para reduzir custos.
Além das dificuldades no atendimento, a crise das maternidades em Goiânia também envolve a revisão de contratos e a redução de repasses financeiros. A SMS, que enfrenta uma dívida de aproximadamente R$ 200 milhões, estuda a possibilidade de reduzir o número de maternidades na cidade para otimizar os recursos. As mudanças incluem a suspensão de atendimentos eletivos em algumas unidades, com a continuidade das urgências e emergências, como parte de um esforço para equilibrar as finanças e garantir o atendimento de qualidade à população.