A CPI das Manipulações das Apostas Esportivas investiga a participação de diversos agentes no esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol, incluindo políticos, dirigentes de clubes e empresários. Um dos depoentes centrais no processo é um empresário que, ao ser ouvido pela comissão, afirmou que políticos, como prefeitos e vereadores, eram fundamentais para o funcionamento das fraudes, proporcionando acesso a informações privilegiadas e a clubes esportivos. Esses depoimentos sugerem que, além de envolvimento direto na manipulação, alguns agentes políticos teriam interesses financeiros no setor de apostas, como a influência na regulamentação das apostas no Brasil.
A CPI também avalia a criação de uma agência reguladora independente para o setor de apostas, com o objetivo de garantir maior transparência nas relações entre políticos e empresas do setor. A legislação sobre o tema, a Lei nº 14.790/2023, atribui ao Ministério da Fazenda a responsabilidade pela regulamentação das apostas, mas investigações apontam que houve atuação de grupos de pressão na formulação das normas, favorecendo interesses específicos. O caso, que envolve manipulação de resultados de times em diferentes estados brasileiros, coloca em pauta a necessidade de aprimorar a fiscalização e a integridade no mercado de apostas.
Em suas declarações, o empresário investigado relatou que a falta de pagamento de salários aos jogadores cria um ambiente propício para a corrupção no esporte, facilitando a inserção de manipuladores nos clubes. Ele ainda apontou que os próprios dirigentes de clubes estavam cientes e envolvidos nas manipulações, o que gerou suspeitas sobre a extensão do esquema e a influência que essas práticas podem ter sobre a regulamentação e o funcionamento do mercado de apostas no Brasil.