A escolha de Gleisi Hoffmann, atual presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República causou surpresa até mesmo entre membros do próprio partido. A decisão, anunciada pelo Palácio do Planalto no dia 28 de fevereiro, tem gerado especulações sobre uma possível mudança de direcionamento do governo para a esquerda. Além disso, alguns analistas veem a escolha como um movimento que pode enfraquecer a posição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que enfrenta críticas internas.
Gleisi Hoffmann substituirá Alexandre Padilha, que foi transferido para o Ministério da Saúde, após a demissão da atual ministra, Nísia Trindade. A posse da nova ministra está marcada para o dia 10 de março, mesma data em que Padilha assume oficialmente a Saúde. A missão de Gleisi será a de construir uma nova frente ampla para as eleições de 2026, atuando como principal articuladora política do governo junto ao Congresso Nacional.
A mudança também é vista como uma tentativa de fortalecer a base governista no Congresso, em um momento de tensões internas. Embora o governo tenha demonstrado apoio a Haddad nos bastidores, a realocação de Padilha e a nomeação de Gleisi para um cargo tão estratégico geraram debates sobre o futuro da equipe econômica e a articulação política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.