O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nomear Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, para o cargo de ministra das Relações Institucionais (SRI), substituindo Alexandre Padilha, que foi indicado para o Ministério da Saúde. A mudança é vista como uma reviravolta, já que até recentemente, a especulação era de que Gleisi assumiria a Secretaria-Geral da Presidência. A nomeação foi confirmada em nota oficial da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e a posse de Gleisi está marcada para o dia 10 de março.
A decisão de Lula gerou discussões em Brasília, já que Gleisi é conhecida por seu perfil combativo, o que contrasta com as exigências de flexibilidade e habilidade de negociação do cargo. No entanto, sua entrada na articulação política do governo é considerada uma mudança importante, criando um novo polo de poder no Palácio do Planalto. Embora tenha divergido publicamente de outros ministros, como o da Fazenda, Fernando Haddad, aliados de Gleisi acreditam que sua postura será mais conciliatória no cargo de ministra.
Com a ascensão de Gleisi ao governo, o PT terá de escolher um novo presidente para o partido até junho, com José Guimarães sendo o nome mais cogitado para o cargo temporário. O movimento também pode diminuir a resistência interna à nomeação de Edinho Silva para a presidência do PT, que Lula pretende efetivar no meio do ano. Gleisi, de 59 anos, tem longa carreira política, tendo sido ministra da Casa Civil e senadora, além de sua presidência no PT desde 2017.