O Ibovespa sofreu uma queda significativa nesta sexta-feira (28), perdendo a marca dos 124 mil pontos, enquanto o dólar se valorizava e a tensão política aumentava com a escolha de Gleisi Hoffmann para a pasta de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, nomeado para o Ministério da Saúde. A decisão de Lula gerou surpresa no cenário político, já que Gleisi era cogitada para a Secretaria-Geral da Presidência, mas não para a SRI. O mercado reagiu com cautela, temendo que a nomeação pudesse agravar a já desafiadora articulação política do governo.
A nomeação de Gleisi para a SRI é vista como um movimento estratégico, criando um novo polo de poder no Planalto. Gleisi, presidente do PT, tem um perfil combativo, o que gera incertezas sobre sua capacidade de negociar no cargo, dada a necessidade de um perfil mais conciliador na articulação política. Sua relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também é marcada por divergências, embora recentemente tenha se manifestado favoravelmente ao trabalho fiscal do governo. A mudança de Gleisi para o governo também implica em novos desafios para a presidência do PT, que deve passar por eleições em junho.
A transição política gera expectativas sobre a dinâmica interna do PT, com a possibilidade de uma diminuição das resistências internas à candidatura de Edinho Silva à presidência do partido, após a entrada de Gleisi no governo. A movimentação de Gleisi reflete sua influência e pode impactar diretamente o futuro político do PT e a articulação do governo. Além disso, a nomeação ocorre em um momento delicado para o governo, com o mercado financeiro reagindo negativamente às incertezas políticas.