A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 representou uma ruptura no cenário político do Brasil, ao deslocar o poder das mãos da direita para o Partido dos Trabalhadores (PT). Nos anos seguintes, seu governo foi marcado por uma estratégia de conciliação, adotando políticas sociais e econômicas focadas no combate à pobreza e no fortalecimento do mercado interno. No entanto, a administração de Lula também enfrentou sérias crises políticas, como o escândalo do mensalão, que mancharam a imagem do governo e afetaram sua relação com o Congresso.
Após deixar a presidência, Lula retornou ao poder em 2022 em um contexto ainda mais polarizado e marcado pela crise política, econômica e social. A eleição de 2022 foi caracterizada por intensos ataques e disputas, com a polarização política sendo mais forte do que nunca. A ascensão de uma extrema-direita no país e as tensões com o governo anterior, que culminaram em tentativas de ruptura institucional, ampliaram os desafios de Lula em seu terceiro mandato. O governo começou em meio a uma desconfiança crescente e com um clima de confronto entre os diferentes setores políticos e sociais.
No entanto, a presidência de Lula em 2023 tem sido marcada por dificuldades internas e externas. A articulação política, que foi um dos pontos fortes em seus mandatos anteriores, agora enfrenta resistência tanto de um Congresso conservador quanto de figuras centrais no seu próprio governo, como a primeira-dama, que tem gerado controvérsias. Esse cenário reflete a tensão entre as conquistas do passado e os desafios contemporâneos, com um presidente que, embora ainda mantenha sua habilidade política, enfrenta um momento de isolamento e incerteza.