O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a posição do Brasil de adotar o princípio da reciprocidade em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em declaração recente, Lula destacou que, caso o aço brasileiro seja taxado, o país recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou tomará medidas semelhantes, como taxar produtos importados dos EUA. Ele reforçou que qualquer ação contra o Brasil será respondida de forma proporcional.
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) apontou a necessidade de um diálogo mais equilibrado entre as nações, destacando as diferenças nas tarifas de importação. Enquanto a tarifa média brasileira sobre produtos estrangeiros é de 12,4%, a tarifa americana sobre importações brasileiras é de 2,7%. A Amcham também lembrou que uma parte significativa das exportações americanas para o Brasil entra com tarifas baixas, o que contrasta com as alíquotas aplicadas pelo Brasil a produtos como o etanol, cujas taxas são mais altas.
A decisão de Donald Trump de aplicar tarifas recíprocas gerou preocupação, com destaque para a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio, além de produtos como o etanol. Embora os EUA imponham uma tarifa de 2,5% sobre o etanol brasileiro, o Brasil cobra 18% sobre o etanol americano. O governo brasileiro segue monitorando a situação, especialmente no setor de carnes, que já enfrenta barreiras tarifárias significativas nos Estados Unidos, como uma tarifa de 26,4% sobre a carne bovina exportada.