O governo de Luiz Inácio Lula da Silva avalia que a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) trará uma mudança significativa em seu estilo de atuação política. Embora ela seja conhecida por uma postura combativa, a expectativa é que Gleisi adote uma abordagem mais conciliatória e alinhada aos interesses do Executivo, especialmente na negociação de emendas com o Congresso. A presidente do PT é vista como uma aliada fiel de Lula, o que pode facilitar a articulação política e reduzir as tensões internas.
Ministros do governo, incluindo membros da equipe econômica, consideram Gleisi a melhor opção entre as alternativas para o cargo, apesar de sua postura mais agressiva nas redes sociais no passado. A mudança de comportamento da petista tem como objetivo evitar o aumento das emendas parlamentares, que em anos anteriores ultrapassaram o orçamento disponível, prejudicando a gestão fiscal do governo. A expectativa é que ela tenha um papel mais firme na negociação com os congressistas, ajudando a equilibrar as demandas e mantendo o controle sobre o fluxo de recursos.
O mercado financeiro reagiu de forma negativa à nomeação de Gleisi, com o dólar se apreciando e chegando a R$ 5,89. Esse movimento reflete uma percepção de enfraquecimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela presença de uma figura política de peso na articulação. No entanto, o governo aposta que, com a atuação de Gleisi, a estabilidade econômica será retomada. A nomeação aconteceu em um momento de pressão política e pesquisa de avaliação desfavorável a Lula, o que acelerou o processo de reforma ministerial, inicialmente planejado para envolver outras siglas além do PT.