O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou recentemente que seu antecessor, Jair Bolsonaro, deixou um déficit de 2,6% nas contas públicas ao final de sua gestão, embora o último ano do governo Bolsonaro tenha registrado um superávit de R$ 54,1 bilhões, representando 0,5% do PIB. Essa divergência se deve à mudança na metodologia adotada pelo Ministério da Fazenda, que passou a considerar o resultado fiscal estrutural, excluindo fatores extraordinários, como os gastos relacionados à pandemia e à reconstrução no Rio Grande do Sul após as enchentes.
Durante a gestão de Bolsonaro, o governo enfrentou um grande déficit fiscal em 2020 devido ao auxílio emergencial, que somou R$ 985,4 bilhões. Já a gestão de Lula tem enfrentado déficits desde 2023, com valores de 2,1% e 0,4% do PIB para os anos de 2023 e 2024, respectivamente. Em 2024, a previsão de déficit foi de R$ 44 bilhões, mas excluindo investimentos em eventos atípicos, como a reconstrução do Rio Grande do Sul, esse valor seria reduzido a R$ 11 milhões.
O Tesouro Nacional, no final de 2024, projetou déficits nas contas públicas para todos os anos do mandato de Lula até 2027, quando há a expectativa de superávit. Para 2025, a projeção aponta um déficit de 0,4% do PIB, com um leve recuo para 0,1% em 2026. As projeções fiscais indicam uma trajetória desafiadora para as finanças públicas nos próximos anos.