Os três maiores bancos privados do Brasil registraram lucros expressivos em 2024, com crescimento de 22,1%, totalizando R$ 74,8 bilhões. Esse aumento foi impulsionado pelo crescimento do crédito, especialmente em segmentos com clientes de melhor capacidade de pagamento, como o Itaú, que se destacou com expansão de 15,5% na carteira de crédito. O Santander e o Bradesco também apresentaram resultados positivos, com destaque para a aposta do Santander em carteiras de crédito específicas, como a de automóveis. A estratégia dos bancos tem se centrado em reduzir a exposição a clientes de maior risco, o que se reflete em margens financeiras líquidas mais robustas.
Apesar dos bons resultados em 2024, as previsões para 2025 indicam um cenário de desaceleração. O aumento da taxa de juros e a desaceleração econômica devem impactar o crescimento da carteira de crédito. Os principais bancos, como o Itaú, projetam um crescimento de até 8,5%, enquanto o Bradesco espera uma expansão entre 4% e 8%. A alta da Selic, que deve atingir 15,75% ao ano até o final de 2025, é vista como um fator de contenção na atividade econômica, impactando diretamente a capacidade de endividamento das famílias e o mercado de crédito.
Além disso, os bancos estão se preparando para enfrentar um possível aumento nas provisões contra inadimplência. Com o cenário de juros mais altos e o risco de recessão, há uma expectativa de que a inadimplência aumente, exigindo reservas financeiras mais robustas. A estratégia adotada por essas instituições é manter a flexibilidade para reagir rapidamente a mudanças no cenário econômico, com a possibilidade de ajustes rápidos caso o cenário piore ou melhore de forma inesperada.