A sociedade contemporânea tem vivido um aumento significativo na longevidade, algo sem precedentes na história humana, o que tem gerado novas reflexões sobre o envelhecimento e o propósito da vida. Durante sua participação no programa “Sinais Vitais”, o historiador Leandro Karnal destacou a existência das chamadas Blue Zones, regiões como Okinawa, Sardenha e Loma Linda, conhecidas por abrigar uma grande quantidade de centenários. Esse fenômeno levanta uma importante questão: o que fazer com os anos adicionais que a ciência e os avanços sociais nos proporcionam?
O filósofo Mário Sérgio Cortella, aos 71 anos, contribuiu para o debate ao compartilhar sua percepção de que a percepção da idade tem mudado. Ele refletiu sobre como, aos 71 anos, se sente muito mais ativo e jovem do que seu pai aos 61, sugerindo que a subjetividade do tempo também é um fator importante na experiência do envelhecimento. Essa transformação na percepção interna do tempo vital é acompanhada por mudanças externas, como os direitos e expectativas sociais que se alteram com o passar dos anos.
A discussão abordou também como as gerações anteriores encaravam o envelhecimento, com Karnal mencionando como sua avó se apresentava aos 45 anos como uma matrona, refletindo as limitações da época. Hoje, a sociedade evoluiu e as expectativas sobre a velhice e a identidade das pessoas na terceira idade mudaram profundamente. O aumento da longevidade apresenta tanto desafios quanto oportunidades, convidando a uma reflexão sobre como viver plenamente os anos que ganhamos com os avanços científicos e sociais.