A limerência é um estado psicológico caracterizado por uma obsessão incontrolável e involuntária por outra pessoa, que pode afetar profundamente a vida emocional e social de quem a experimenta. Com frequência, os sentimentos de quem está em limerência não são correspondidos, o que gera sofrimento significativo, marcado por pensamentos obsessivos, euforia ou desespero. Essa condição pode ser mais comum em indivíduos com ansiedade, depressão ou transtornos como o TDAH, que apresentam um foco excessivo em suas paixões. Apesar de ser um fenômeno pouco estudado, acredita-se que afete de 4 a 5% da população, embora seja difícil de medir com precisão.
A limerência pode ser entendida em três estágios: a paixão inicial, a cristalização (fase de obsessão intensa) e a deterioração, quando o apego tende a desaparecer. Ela é distinta dos sentimentos românticos tradicionais, pois envolve um desejo unidirecional, onde a pessoa idealiza o objeto de sua paixão e se torna emocionalmente dependente dos sinais percebidos de interesse ou rejeição. Além disso, o impacto da limerência pode afetar a saúde mental e a capacidade de formar relacionamentos saudáveis. A relação com estilos de apego ansiosos também pode tornar os indivíduos mais vulneráveis a esse estado.
Embora existam terapias como a cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia de aceitação e compromisso (ACT) que podem ajudar a lidar com a limerência, poucos estudos indicam métodos eficazes para interromper esse ciclo emocional. A autoconsciência, o estabelecimento de limites e a prática da autocompaixão são estratégias sugeridas para quem lida com essa condição. Além disso, a internet tem desempenhado um papel importante, proporcionando um espaço para pessoas compartilharem suas experiências e se apoiarem mutuamente. No entanto, ainda é necessária mais pesquisa para entender e tratar a limerência de maneira mais eficaz.