Líderes europeus se reuniram em Paris nesta segunda-feira (17) para discutir o futuro da guerra na Ucrânia e o papel da Europa em um possível acordo de paz. O presidente francês Emmanuel Macron defendeu que os países europeus devem investir mais em defesa e estabelecer uma agenda própria para garantir sua soberania, segurança e competitividade. A crescente aproximação entre os EUA e a Rússia, especialmente após conversas entre o presidente Donald Trump e o líder russo Vladimir Putin, gerou preocupações entre os líderes europeus quanto à possibilidade de um acordo que pudesse excluir a participação da Ucrânia nas negociações.
Durante a reunião de emergência, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, destacou a ameaça da Rússia para toda a Europa, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou a necessidade de garantias de segurança robustas antes de qualquer cessar-fogo. Outros líderes, como o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, também manifestaram a disposição de enviar tropas europeias à Ucrânia após um acordo de paz, com a condição de que haja um compromisso de segurança por parte dos EUA. A situação gerou tensão interna na Otan e na União Europeia, com especialistas alertando sobre os riscos de concessões excessivas à Rússia, especialmente no que diz respeito ao território ucraniano.
O encontro também se concentrou nas dificuldades enfrentadas pela Europa diante das conversas paralelas entre Trump e Putin, que ameaçam minar a unidade dos aliados europeus. A principal preocupação é que os EUA possam negociar diretamente com a Rússia sem a participação ativa da Ucrânia, o que poderia prejudicar a segurança do continente. Em resposta, autoridades dos EUA afirmaram que a Europa seria parte essencial de qualquer negociação de paz, enquanto a preocupação com a exploração de recursos minerais ucranianos, como lítio e urânio, também foi levantada, especialmente diante da pressão de Trump por acesso a essas áreas estratégicas.