Os líderes da União Europeia se reuniram nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, para uma cúpula focada em temas de defesa, com a presença do secretário-geral da Otan e do primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Esta é a primeira reunião entre os líderes da UE com Starmer desde o Brexit, além de ser o primeiro encontro dedicado exclusivamente à defesa desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. A principal questão em pauta é a crescente pressão de Trump para que os países da Otan aumentem seus gastos militares, com a meta de 5% do PIB, algo que muitos países europeus consideram difícil de alcançar.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 foi um marco para que a Otan e os países europeus reconhecessem a necessidade de maiores investimentos em defesa. Contudo, apesar de concordarem com o aumento nos gastos, ainda não há consenso sobre como financiá-los e sobre o papel que a Otan deve desempenhar nesse processo. Alguns países defendem que as aquisições de armas sejam feitas dentro da UE, enquanto outros sugerem que as compras podem ser feitas com os Estados Unidos, uma medida que poderia também aliviar a pressão de Trump.
A cúpula também abordou questões econômicas, como as tarifas impostas por Trump a aliados tradicionais da UE, como México e Canadá, além da China. A pressão sobre o Banco Europeu de Investimento (BEI) para financiar a indústria de defesa aumentou, com alguns países sugerindo até a criação de uma dívida conjunta da UE para esse fim. O encontro destacou ainda a importância simbólica da presença do primeiro-ministro britânico, que busca reconstruir as relações com a União Europeia após o Brexit, especialmente em áreas de interesse comum como a defesa.