A licença ATP (Autorização Trapista para Produção) é concedida a abadias que seguem rigorosos critérios estabelecidos pela Associação Internacional Trapista (AIT), garantindo que o produto seja autêntico e produzido dentro dos preceitos da Ordem Cisterciense da Estrita Observância. Com validade de cinco anos, esse selo é exclusivo para produtos como cervejas, queijos, pães e outros itens feitos por monges trapistas, sendo a produção uma fonte de sustento para muitos mosteiros. Apenas 12 países possuem abadias que detêm o selo ATP, e esses locais preservam a tradição monástica, mantendo o compromisso com a austeridade, o silêncio e a oração.
A Bélgica lidera em número de abadias trapistas com destaque para instituições como Westvleteren, Chimay e Orval. Outros países com abadias reconhecidas pela AIT incluem a Holanda, com La Trappe e Zundert, e os Estados Unidos, onde a Abadia de St. Joseph, em Massachusetts, é a única a produzir cerveja trapista na América do Norte. A Itália, França e Espanha também contam com abadias que mantêm a tradição trapista, com destaque para a abadia Mont des Cats, na França, e a abadia Cerveza Cardeña, na Espanha.
A Ordem Trapista, que tem suas raízes no século 17, segue a Regra de São Bento, com ênfase em uma vida de simplicidade e disciplina. Os monges trapistas vivem de maneira austera, dedicando-se ao trabalho manual e à oração. Eles seguem votos de pobreza, castidade e obediência, com muitos fazendo um quarto voto de estabilidade, comprometendo-se a permanecer em um mosteiro pelo resto de suas vidas. Essa vida monástica se reflete nos produtos que geram, como a cerveja trapista, um dos maiores símbolos dessa tradição.