O conceito de liberalismo, surgido no século 17 como uma reação ao absolutismo monárquico, defende a liberdade individual e a igualdade de direitos, tanto na política quanto na economia. Filósofos como John Locke, Adam Smith e Montesquieu foram fundamentais na construção dessa corrente, que preconiza a mínima intervenção do Estado na vida dos cidadãos. Ao longo dos séculos, o liberalismo evoluiu para se adaptar às realidades sociais e políticas, sendo absorvido por governos progressistas e conservadores ao redor do mundo. A atual discussão sobre a liberdade de expressão nas redes sociais e a moderação de discursos de ódio reflete o impacto contínuo dessas ideias.
Apesar das críticas e do crescimento de governos conservadores, o liberalismo permanece uma das correntes de pensamento mais influentes, sendo responsável por importantes avanços nos direitos civis, como o voto feminino e a igualdade racial. No entanto, o conceito passou a ser contestado, com muitos argumentando que o liberalismo moderno, especialmente o neoliberalismo, favorece grandes corporações e concentra poder econômico nas mãos de poucos. O neoliberalismo, que surgiu como uma retomada do liberalismo clássico nas décadas de 1970 e 1980, defende menor intervenção estatal, privatizações e maior liberdade econômica, mas tem sido associado a desigualdades econômicas e políticas.
Mais recentemente, o ultraliberalismo surgiu como uma vertente mais radical do neoliberalismo, defendendo uma liberdade absoluta dos mercados e uma extrema limitação do papel do Estado. Embora o conceito de ultraliberalismo tenha ganhado destaque, especialmente em governos de direita, as práticas políticas nem sempre se alinham de forma clara com essas ideias, misturando políticas liberais com outras mais intervencionistas, tanto na economia quanto nos costumes. O debate sobre o liberalismo continua a evoluir, refletindo os desafios e as transformações das sociedades contemporâneas.