O Líbano formou um novo governo neste sábado (8), após mais de três semanas de negociações entre partidos políticos rivais, com uma intervenção direta dos Estados Unidos no processo. O novo primeiro-ministro, Nawaf Salam, anunciou que o governo de 24 membros focará em reformas financeiras, reconstrução e na implementação de uma resolução da ONU considerada essencial para a estabilidade nas fronteiras com Israel. A composição do governo reflete uma distribuição de cargos entre os diferentes grupos políticos, incluindo um impasse sobre os ministros muçulmanos xiitas, cujos cargos são tradicionalmente preenchidos pelo Hezbollah e seus aliados.
A intervenção dos Estados Unidos foi marcante, já que o país se opôs à participação do Hezbollah no novo governo, considerando-a uma linha vermelha. Além disso, um enviado dos EUA no Oriente Médio expressou agradecimentos a Israel pelos ataques ao Hezbollah. O grupo Amal, aliado do Hezbollah, teve permissão para escolher quatro integrantes do novo gabinete, incluindo o ministro das Finanças. O governo agora precisa obter a confiança do Parlamento libanês para se consolidar plenamente.
A recente formação do governo é vista como parte de uma mudança no equilíbrio de poder no Líbano, após a eleição do presidente Joseph Aoun em janeiro e a destituição do presidente sírio Bashar al-Assad, aliado do Hezbollah. A administração de Salam será desafiada a superar os impactos de um longo período de crise política e econômica, além de lidar com a complexa dinâmica de forças no Líbano e na região.