Fatou Baldeh, ativista e sobrevivente da mutilação genital feminina (MGF), desempenhou um papel crucial em 2024 na luta contra essa prática em Gâmbia. Fundadora da organização Mulheres na Libertação e Liderança (WILL), Baldeh, de 41 anos, tem sido uma das principais vozes contra a MGF no país. Embora a prática tenha sido proibida desde 2015, a MGF ainda afeta cerca de 75% das mulheres e meninas de 15 a 49 anos em Gâmbia, conforme dados do Fundo de População das Nações Unidas. O cumprimento da lei tem sido insuficiente, com muitos casos sendo ignorados ou minimizados pelas autoridades locais.
No ano passado, a proposta de um projeto de lei para reverter a proibição da MGF foi discutida no parlamento gambiano. Baldeh e sua organização, junto a outras entidades, mobilizaram esforços para bloquear a iniciativa, incluindo o envolvimento de sobreviventes, líderes religiosos e a coleta de dados sobre os impactos da MGF na saúde. A campanha culminou com a vitória: em julho de 2024, o parlamento de Gâmbia rejeitou a proposta, mantendo a proibição da prática.
Esse episódio despertou um amplo debate sobre a MGF, não apenas em Gâmbia, mas também em outras partes do mundo. Para Baldeh, a visibilidade do tema foi fundamental para abrir a conversa sobre a violação dos direitos humanos que representa a MGF. Ela destaca a importância de continuar o diálogo, lembrando que é impossível erradicar a prática sem abordá-la publicamente. Em 2025, a luta contra a MGF permanece relevante, e as ações de Baldeh ajudam a manter o foco global na questão.