O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (20) que qualquer proposta de envio de tropas europeias à Ucrânia, com o objetivo de participar de uma missão de manutenção da paz, seria inaceitável para a Rússia. De acordo com a declaração de Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, a Rússia está monitorando de perto as propostas, pois acredita que o envolvimento de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) afetaria diretamente sua segurança nacional. A preocupação se intensifica, já que uma eventual presença militar da OTAN no território ucraniano poderia ser interpretada como uma ameaça à soberania da Rússia.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, expressou disposição para enviar tropas britânicas à Ucrânia, com o apoio dos Estados Unidos, como parte de uma estratégia para garantir a segurança em um eventual acordo de cessar-fogo entre Moscou e Kiev. Starmer está preparando uma proposta para discutir com o presidente dos EUA, Donald Trump, que prevê o envio de até 30 mil soldados europeus para a região em troca de proteção militar por parte dos Estados Unidos. Contudo, o Kremlin afirmou que tal plano é inaceitável, pois envolveria países membros da OTAN e traria repercussões diretas para a segurança russa.
A Rússia tem reiterado sua oposição a qualquer presença militar da OTAN na Ucrânia, considerando-a uma ameaça à sua soberania, mesmo que as tropas não sejam diretamente operadas sob a bandeira da aliança. Em discussões recentes com os Estados Unidos, a Rússia também solicitou que a OTAN revogasse sua promessa de 2008 de aceitar a Ucrânia como membro da aliança no futuro. A posição russa reflete a crescente tensão entre as potências envolvidas no conflito e as negociações em curso.