A Justiça Federal deu um prazo de 60 dias para que órgãos como a União, o Estado de Goiás e o Incra elaborem e executem um plano conjunto para a fiscalização do território Quilombola Kalunga, com o objetivo de evitar novas invasões e conflitos com grileiros. A medida visa garantir a segurança da comunidade Kalunga, localizada nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás, e assegurar que a área seja definitivamente entregue aos seus habitantes.
Em 2023, uma decisão similar havia sido tomada, mas não foi cumprida, o que resultou no aumento de conflitos e invasões na região. A atual determinação busca corrigir essa falha e garantir que o processo de demarcação do território quilombola avance. O Ministério Público Federal (MPF) criticou a demora do Incra em concluir o processo de titulação das terras, que teve início em 2004, mas foi interrompido em 2019, sem a finalização do processo para todo o território de 262 mil hectares.
O território Kalunga, o maior quilombo do Brasil, foi reconhecido pela ONU como uma área conservada por comunidades locais e indígenas, e é considerado um patrimônio histórico e cultural pelo estado de Goiás. Apesar de parte de suas terras já ter sido titulada, o processo de reconhecimento e proteção continua pendente, afetando a segurança e os direitos dos quilombolas que vivem na região.