A Justiça comum de São Paulo aceitou acusações do Ministério Público contra três policiais militares, incluindo um major, um capitão e um cabo, envolvidos em mortes suspeitas de execução durante a Operação Verão 2023/2024. A operação foi marcada por um alto índice de letalidade, sendo considerada a segunda mais letal da polícia paulista, atrás apenas do Massacre do Carandiru. As investigações, impulsionadas por organizações sociais e a falta de transparência nas ações policiais, levaram a denúncias de abusos nas abordagens e ao aumento da letalidade policial no estado. Além disso, 17 de 22 processos relacionados à operação foram encerrados pelo Ministério Público até o final de 2024.
O primeiro caso envolve a morte de Luan dos Santos, supostamente executado por um policial durante uma perseguição em Santos. O Ministério Público alega que o policial disparou contra a vítima sem aviso e sem que ela tivesse chances de defesa, sendo desarmada no momento do ataque. O MP também aponta que a versão do policial de que a vítima estaria armada não é corroborada por testemunhas e pelo laudo médico. Já o segundo caso se refere a dois policiais envolvidos na morte de dois homens em São Vicente, durante uma operação relacionada à morte de um policial. Os acusados alegam ter agido em confronto, mas o Ministério Público aponta indícios de execução e afirma que as câmeras corporais dos policiais estavam descarregadas durante o incidente.
A investigação continua sendo conduzida com o apoio de advogados que representam as famílias das vítimas. A apuração, apesar de demorada, é elogiada por sua minuciosidade, especialmente no caso de um dos mortos, Davi Gonçalves Junior. A família de Davi, representada por seu advogado, deseja que os policiais sejam levados a julgamento. O caso gerou uma reação significativa na sociedade civil, com o aumento das denúncias de violência policial e da busca por justiça, enquanto os defensores dos policiais acusados ainda aguardam a oportunidade para se manifestar no processo.