A Justiça de São Paulo aceitou as acusações do Ministério Público contra três policiais militares, incluindo um major, um capitão e um cabo, pelo envolvimento em mortes durante a Operação Verão 2023/2024. A operação, considerada uma das mais letais na história da Polícia Militar do estado, resultou em 56 mortes e gerou denúncias de violência policial e abusos nos procedimentos de abordagem. Organizações da sociedade civil têm pressionado por mais transparência e responsabilização, incluindo uma denúncia formal à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Os casos em questão envolvem duas mortes ocorridas em fevereiro de 2024. No primeiro incidente, um policial é acusado de matar um homem desarmado durante uma perseguição, após alegar que o suspeito estava armado. A versão do policial foi contestada por testemunhas e exames, que indicaram inconsistências nas alegações e apontaram para um possível caso de execução. No segundo caso, dois policiais são acusados de matar dois homens em São Vicente, onde as condições do confronto e a falta de evidências de armas nas vítimas sugerem também uma execução. Além disso, os policiais estavam sem as câmeras corporais ligadas no momento das mortes.
A defesa dos policiais ainda não se manifestou, mas o advogado da família de uma das vítimas elogiou o trabalho da investigação, destacando a minuciosidade e os indícios sólidos que levaram às acusações. A promotoria continua a apurar os casos, com a possibilidade de julgamento para os policiais envolvidos. A situação tem gerado debates sobre a escalada da letalidade policial no estado e a necessidade de mais controle e supervisão nas grandes operações de segurança pública.