Os juros futuros registraram movimentos divergentes nesta quarta-feira, com as taxas mais curtas em queda e as mais longas em alta. A redução nas taxas curtas foi impulsionada pela divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que indicou uma desaceleração na economia, enquanto a alta das taxas longas foi reflexo da elevação nos rendimentos dos Treasuries, puxada pela inflação nos Estados Unidos, que superou as expectativas. A taxa do DI para janeiro de 2026 fechou em 14,89%, uma ligeira queda em relação ao dia anterior, enquanto as taxas para 2027 e 2029 subiram levemente.
O desempenho do mercado de juros foi influenciado principalmente pela queda de 0,5% nos serviços prestados em dezembro, um dado da PMS que reforçou a expectativa de uma desaceleração econômica no Brasil. No entanto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a autoridade monetária continuará monitorando os dados econômicos antes de tomar decisões sobre a política monetária. De acordo com ele, o Brasil enfrentará um curto período de inflação ainda fora da meta, combinado com uma desaceleração econômica devido ao aumento dos juros.
Por outro lado, o cenário político e fiscal segue sendo um fator limitante para a definição das expectativas de juros. Especialistas, como o economista Nicolas Borsoi, destacam que os indicadores de atividade de janeiro mostram a continuidade da dinâmica negativa observada no final de 2024. A falta de clareza sobre as futuras políticas fiscais e os gastos do governo também contribui para a incerteza sobre os próximos movimentos da Selic.