Na tarde desta sexta-feira, 7, os juros futuros aceleraram a alta, refletindo o risco de um possível reajuste no Bolsa Família, como discutido pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. A equipe econômica, no entanto, considera que tal medida não é viável, já que não haveria espaço orçamentário para isso e que o reajuste poderia aumentar a inflação. Além disso, o fortalecimento do dólar e a alta nos juros dos Treasuries impactaram o mercado, especialmente após declarações de Donald Trump sobre tarifas recíprocas e a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos que indicaram uma economia ainda aquecida.
O aumento nas taxas de juros foi observado nos contratos de DI para 2026, 2027 e 2029, com destaque para a expectativa de inflação mais elevada devido à possível elevação do poder de compra gerado por um aumento no Bolsa Família. O mercado, segundo analistas, reagiu negativamente a essa possibilidade, já que ela contraria o objetivo de corte de gastos do governo e gera receios em relação à inflação.
O cenário externo também contribuiu para o estresse nos juros futuros, com o dólar se fortalecendo globalmente e a aversão ao risco sendo ampliada pelos juros mais altos nos Treasuries. Adicionalmente, o relatório de empregos (payroll) dos EUA mostrou um crescimento de vagas abaixo do esperado, mas uma queda na taxa de desemprego e aumento salarial acima das previsões, indicando uma economia saudável. Esse contexto mantém o Federal Reserve afastado da flexibilização monetária, com impacto nos mercados financeiros internacionais.