Os juros futuros apresentaram queda firme nesta sexta-feira, 17, após um rali iniciado na tarde de sexta-feira anterior, com destaque para a redução significativa das taxas longas da curva de juros. A queda do IBC-Br, que surpreendeu ao ficar abaixo das previsões do mercado, diminuiu as apostas de um ciclo monetário mais agressivo por parte do Copom, refletindo diretamente nas taxas mais curtas. Além disso, a percepção de que a possível ausência de Lula na disputa eleitoral de 2026 impactou as expectativas, principalmente nas taxas mais longas. O volume de negociações também foi atípico para um dia sem mercados em Nova York, com a taxa do DI para janeiro de 2027 caindo de 14,79% para 14,57%.
Embora as previsões de inflação apresentadas no boletim Focus indicassem um cenário de piora nas estimativas, o enfraquecimento da atividade econômica, expresso pelo IBC-Br e outros indicadores, prevaleceu. Essa desaceleração tem levado o mercado a revisar suas projeções de aumento da Selic, com a expectativa de que o Copom não precise elevar a taxa de juros tanto quanto antes imaginado, já que o cenário fiscal também apresenta sinais de alívio. A projeção para a Selic terminal caiu de 15,50% para 15,20%, refletindo uma tendência de maior cautela no ajuste das taxas.
Por fim, o cenário político também foi fator relevante no movimento das taxas de juros, com os mercados ajustando suas expectativas em relação à possível candidatura de Tarcísio de Freitas à presidência em 2026. De acordo com o mercado, a redução das chances de Lula se candidatar, associada à ideia de uma possível política econômica mais ortodoxa, que priorizaria o controle fiscal, tem gerado uma expectativa de menor volatilidade econômica no médio e longo prazo.