As taxas dos DIs no Brasil fecharam com queda acentuada na última sexta-feira (14), acompanhando o recuo dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos, após a divulgação de dados abaixo das expectativas para o setor de varejo americano. As vendas no varejo caíram 0,9% em janeiro, o que gerou uma revisão nas apostas do mercado sobre a política monetária nos EUA, com expectativas de novos cortes de juros. Esse cenário impactou também os juros futuros no Brasil, que registraram queda significativa, principalmente nos contratos mais longos, como os de janeiro de 2026 e 2027.
A desaceleração da economia nos EUA, evidenciada pelos dados do varejo, ajudou a aliviar pressões sobre o mercado financeiro. Além disso, a decisão do governo Trump de adiar a cobrança de novas tarifas de importação, somada ao recuo do dólar, favoreceu um ambiente de menores taxas de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. O impacto foi visível no mercado de DIs, com a redução das taxas de juros futuros, refletindo uma menor expectativa de elevação da Selic em março.
No Brasil, a expectativa de crescimento do PIB para 2025 foi revista para baixo, reforçando o cenário de desaceleração econômica, o que também contribuiu para a queda dos juros futuros. O Banco Central, em evento recente, indicou que a política monetária continuará focada no cumprimento da meta de inflação de 3%, e a possibilidade de um aumento de 100 pontos-base na Selic em março permanece. Contudo, o mercado está incerto quanto às ações futuras do BC, com dúvidas sobre o rumo da política monetária após a reunião de maio.