As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a segunda-feira (17) em queda expressiva, refletindo a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que apontou uma retração de 0,7% em dezembro, acima do esperado pelo mercado. O cenário reforça os sinais de desaceleração da economia brasileira, impactando as expectativas para a política monetária. Sem a referência do mercado de Treasuries devido a um feriado nos Estados Unidos, os investidores focaram nos dados domésticos, que indicam um ritmo mais fraco de crescimento e menor pressão inflacionária.
Apesar da precificação de juros menores no longo prazo, as projeções de inflação do relatório Focus continuam subindo, mantendo as expectativas de uma taxa Selic elevada nos próximos anos. A mediana do IPCA para 2025 e 2026 segue acima da meta do Banco Central, o que sugere cautela na condução da política monetária. Enquanto isso, declarações de membros do Banco Central ressaltam a necessidade de prudência, destacando que a recente queda da atividade econômica ainda precisa ser analisada para distinguir se se trata de uma tendência consolidada ou de um movimento passageiro.
A curva de juros precifica uma alta de 100 pontos-base na Selic para março, alinhada com a sinalização do Banco Central, mas as apostas para os próximos meses ainda estão divididas. O mercado começa a projetar uma elevação menor dos juros a partir de maio, refletindo a percepção de um cenário de crescimento econômico mais fraco. Autoridades econômicas ressaltam que, diante do nível elevado de incertezas, a política monetária deve manter um nível de segurança maior do que o habitual para garantir a estabilidade econômica.